quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Epidemídia: A febre de notícias

Após o "surto" da febre amarela, agora o problema é a energia.
A estratégia de briga da mídia brasileira está tentando novas alternativas, após a fracassada tentativa de golpe durante as últimas eleições para presidente. E entre mortos e feridos, após o turbilhão de denúncias, processos e CPIs, encontravam-se a Veja, a Globo, o PT, o PSDB, o PFL, os Marinho, os Civita, a Folha etc. Todos com a credibilidade em questão. No ataque Kamikaze da direita, sobrou para todo mundo. Como nunca antes acontecera, posta credibilidade em questão a mídia dividiu a briga em setores. Atacar a imagem do presidente não funciona mais. A tentativa de ligá-lo à corrupção foi completamente frustrada. Bem como a estratégia de dividir o Partido dos Trabalhadores. No caso do presidente, além do carisma, sua perspicácia política o permitiu sair ileso a todos escândalos fabricados. Já o PT, teve a crise ética e a velha base e as alas mais à esquerda forçaram a renovação, resultando num refortalecimento do partido junto à opinião pública. Por mais escândalos que tenham se envolvido altos membros do PT, todos eles caíram, ao que a população respondeu positivamente. E nisso, o PSDB e o PFL perderam, e muito. De todos os envolvidos, Eduardo Azeredo, Serra e outros, ninguém caiu. Ficou a dúvida no ar.A mudança de nome do PFL mostra o 'remascaramento' do partido.

CPMF

A imprensa, aliada aos partidos políticos de sua corja (PSDB, DEM etc), adotaram então estratégia de guerra: O ataque separadamente e consecutivamente a cada setor do governo, deixando implícita a administração de Lula. A primeira batalha, das mais notáveis, foi a da CPMF. Como exaustivamente mostrei aqui, foram definidos como os defensores do povo, o partido DEM. O herói já estava definido, faltava o inimigo. E o primeiro foi a área da Economia. Sem entrar nos méritos da questão, evitando qualquer debate, logo levantaram a bandeira de 'abaixo os impostos'. Qualquer brasileiro leigo apoiaria. O plano deu certinho. Acabaram, por pressão, com a CPMF já sabendo dos reajustes a serem feitos no futuro. E é aí que entraria a mídia, acusando o governo de estar retaliando a "vitória democrática" conseguida pelo DEM. A opinião pública caiu como um patinho.

Epidemídia

Após a CPMF, veio a Febre Amarela. Tendo 'feito seu papel na Economia' partiram para a Saúde. Nota-se aí um esforço em atacar áreas nas quais o governo estava se saindo melhor. Efim, começou o episódio da Epidemídia. Pipocaram notícias sobre uma doença totalmente erradicada e controlada, com base em pessoas que entraram desprotegidas em matas fechadas e, portanto, não teriam nenhuma ligação com uma situação de Saúde Pública e nem a nível nacional. Porém em se tratando de mal-jornalismo qualquer coisa vale. Qualquer sintoma parecido, internação e enfermos do Norte do país já se tornava nas páginas dos jornais "Suspeita de febre amarela". Resultado: Superlotação em postos de Saúde em todo o país, em especial no Norte. Era o que a mídia precisava para mostrar as filas no Sistema Público de Saúde, sobretudo, no Norte onde Lula foi sempre bem visto. O Ministro da Saúde fez pronunciamento negando a febre de febre amarela. E desmentindo a mídia. Porém ela não desistiu. Os efeitos ainda estão sendo notados, mas o principal já foi feito: Descrédito pouco a pouco no governo, acusar sem ser acusado.

Um futuro caótico

O novo medo agora é o risco do apagão. Isso é algo totalmente novo e é aí que chamo a atenção para fazermos diferente. Como podem ver, o modelo será o mesmo. Metralhadora de notícias para um risco "público" que ainda não é risco e muito menos público. Problemas existem em todos os setores, mas enquanto estão controlados, não há necessidade de pânico. Mas a mídia enxergou isso e viu que o pânico causa atitudes precipitadas. Ao que eles mostram para o resto do mundo, num efeito de multiplicação do mesmo pânico, como sendo a resposta do povo à crise, uma vez que a verdade é a resposta do povo às noticias. Para aqueles que duvidam, no portal de nítica G1, a "notícia" é alarmante! Enquanto mostram dados que afirmem a manchete, logo começam as referências aos períodos "negros" do Brasil, como por exemplo nesse trecho: "A última vez em que o preço atingiu o teto foi durante o racionamento de energia de 2001/2002". Podemos notar a intenção de amedrontar o brasileiro com fatos com os quais ele já sofreu e, ainda, profetizar um futuro caótico.

A mídia está criando um mundo que não corresponde com a realidade. Cabe a nós escolhermos viver nele ou não.

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