sábado, 22 de dezembro de 2007

Venezuela Ataca!


Reconstruindo o famoso capítulo da rádio-novela de Orson Welles, que simulou um noticiário que informava o ataque de alienígenas hostis em vários estados dos EUA e causou o frenético êxodo Ianque, de um povo amedrontado por algo que nem sequer faz idéia do que seja, a edição do Fantástico de 16/12/2007 pegou a Venezuela para Marte! Porém, subestimou a inteligência e discernimento do povo brasileiro. Numa tentativa FRUSTRADA e CLARA de tentar convencer o povo brasileiro, por meio de uma "simulação" apenas notificada no início da matéria pelos "jornalistas" Zaca Camargo e Glória Maria como sendo fictícia (exatamente como Welles fez), propuseram que a Venezuela estivesse em ofensiva contra o Brasil.
A Rede Globo caiu do cavalo (ou da nave da Xuxa?!). Na esperança de que os desavisados, avoados e atrasados (perfil da audiência) entendessem uma ficção como notícia, fizeram uma grosseira comparação implícita, onde o povo brasileiro seria o inocente e manipulado povo norte-americano da década de 30, venezuelanos, os E.T's famintos por sangue e a Venezuela seria o planeta Marte da vez. Erraram feio! Usaram da tática da "ficção" com pitadas de informação barata para tentar convencer de que a Venezuela tem gente arrogante, e assim como no clássico "Marte Ataca!" o governante que, se "der na telha", ataca o Brasil com força à qual não teremos como resistir, devido a fraqueza de nosso exército.
Numa tacada só, tentaram afirmar que o país da Venezuela é terrorista e que nosso governo é impotente. Porém, os E.T's desse Marte estão mais para o de Spielberg, do que os de Welles.

Resultado

Ninguém saiu na rua correndo de medo da invasão socialista (já passamos dessa fase, ao contrário dos nossos amigos do norte do continente) e, segundo consta no site Fazendo Média, o PCB está processando a Globo por desrespeito ao povo e ao governo Venezuelano, exigindo do Ministério Público, um direito de resposta àqueles que tenham sido atacados de forma irresponsável (e típica) da nossa adorada Rede Globo de TV.

Representação "FANTÁSTICA"!
Bravo!

*clap clap

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O Padre que desafiou o Santo

Torço pela vitória de D. Cappio e rezo para que ela não seja póstuma.
Esse é o primeiro motivo pela minha admiração ao padre, que está claramente disposto a levar sua luta até as últimas consequências, sob minha concepção, a verdadeira luta socialista, que tem como único objetivo o bem comum e o fim (ou pelo menos a oposição) da opressão elitista. A autenticidade socialista de um protesto, no meu
entender, é sempre evidente na ausência total do egoísmo e do individualismo e na busca pela vitória da causa incondicional, mesmo que essa só seja desfrutada por gerações posteriores, mas não menos iguais, à do próprio rebelde.
Aí está minha maior decepção com o governo. A opressão, com a coação da mídia, à uma causa tão nobre e humana, prosseguindo com as obras de transposição do rio e ignorando os fatores sociais que a mesma implicará.
Nessa discussão (sobre a transposição em si), me privarei de maiores detalhes, pois não estou a fundo no assunto. Apesar de enxergar claros interesses imperialistas nela. Contanto, fica aqui meu protesto a respeito da omissão de qualquer discussão acerca dos "efeitos colaterais" das obras.
Fique bem claro que não apóio a Igreja, quando apóio D.Cappio e que não apóio a partidos "democratas" (PSDB e DEM), quando me oponho a Lula. Pelo contrário, estou do lado das questões socias. Mesmo porque, a Igreja já se declarou contra a greve e nossa "oposição" brasileira está firme e forte com o Sr. Presidente pela transposição e pelo fim da greve de fome do padre.
A Igreja tem um histórico evidente de opressão às classes inferiores. Apesar das faixadas humanistas, os "comandantes" do alto clero sempre foram ativos na luta contra o povo e a favor das instituições que comandaram as sociedades ocidentais ao logo dos séculos. O rastro de sangue e falsidade ideológica da Igreja é marcante na sua história e a represália à população foi um dos principais motivos pelos quais a Igreja é o que é hoje. Porém, o mundo não é preto e branco. Há de se reconhecer, acima de qualquer oposição que eu tenha à instituição em si, que há homens de bem que levam a sério os valores humanistas, portanto, socialistas. Não são maioria, de fato, mas são homens que dedicam suas vidas às suas causas e princípios e, muitas vezes, são resistentes a corrupção, que para nós hoje é tão normal.
O sacrifício por uma causa não é uma tentativa de se passar por Messias, mas simbolizar a importância da vida, através da comoção de nossos semelhantes em relação a nós mesmos. É mostrar para o mundo que interesses de poucos nos nivelem por classes e desmerecem a vida dos menos afortunados.
O padré que desafia São Francisco simboliza a luta contra a própria doutrina, por um ideal ao qual ele se agarrou para seguí-la. O filhote que quebra o fruto de sua própria criação, em nome da evolução como ser.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

The Red Nightmare

O Fantástico concentrou-se em atacar Cuba e Fidel. (Sim, eu ainda me surpreendo com isso!!).
Enquanto mostrou dados sobre balseiros naufragados, não mencionou que o governo dos EUA financia a imigração ilegal de cubanos em troca de asilo político, moradia e trabalho em Miami. Solidariedade? De fato, não. A cada cubano fugindo, a mídia é convocada para ressaltar como os cubanos são desesperados para fugir do "tirano" Castro. Será que estão fugindo de Castro, ou atrás do dinheiro oferecido pelos traficantes de pessoas, do México e de Cubanos que já vivem nos EUA? Ou mesmo do embargo econômico dos EUA que promove uma falta de recursos agonizante na ilha? Será que estão tentando fugir de repressão, ou correndo atrás da "vida fácil" prometida a eles? O Fantástico responde: "Um cubano que vive em Miami, tem carro, casa própria e disse que em Cuba o máximo que teve foi uma bicicleta". Ao mesmo tempo que dizem que a causa é o medo, mostram os verdadeiros motivos da fuga. Contraditório, não? Mais uma vez, o reflexo do embargo, praticado pelos EUA.
Em outra parte da matéria, Alina Fernandez, filha de um dos casamentos de Castro, diz que em Cuba, as mulheres acordam pensando no que darão de comer aos seus filhos. Mas a dúvida é: "Comerei frango, porco ou feijão?", enquanto em "países democráticos", milhões de famílias acordam (se é que dormem) com a dúvida se irão sobreviver mais um dia, onde irão esconder-se para dormir ou se conseguirão comida. Alina fugiu de Cuba pois não conseguiria ficar mais rica e mais perua às custas das extensas jornadas de trabalho dos pobres.
Prova de que isso é dado irrefutável, o Fantástico não mostrou os índices de desenvolvimento humano em Cuba, de analfabetismo, de mortalidade infantil, de fome, de desnutrição, enfim. Tudo o que diz respeito a saúde pública e bem-estar físico, que é garantido à população pelo "totalitarismo" de Fidel.
Enfim, como Michael Moore bem descreveu em seu documentário, os EUA vivem sob o Red Nightmare, ou seja, o Pesadelo Vermelho. Idéias absurdas sobre o que se trata no socialismo ou comunismo, com a intenção de desinformar e amedrontar a população, dando-lhes uma visão caótica do fim do neo-liberalismo, igualzinho quando na Idade Média, o clero amedrontava a população com o medo do inferno, porém hoje o candidato nº 1 dos EUA para Lúcifer, é Fidel, acompanhado da sua chapa 'from hell': Hugo Chávez, Evo Morales etc.
Povo brasileiro, afinal, não levem a sério. Não passa de algo "Fantástico"... o show da vida! =/

sábado, 15 de dezembro de 2007

Se eu fosse um Marinho...

Acabo de ver qual será a matéria de capa do programa Fantástico deste domingo. Glória Maria em entrevista exclusiva com a filha de Fidel Castro (uma das).
Tal filha é Alina Fernandez, se exilou em Miami por considerar o pai um tirano.
Digo-lhes que posso ver qual será a abordagem do Fantástico. É bem simples... "Se eu fosse da família Marinho, o que faria...?".
Nessa condição eu usaria o fato de Alina ser filha de Fidel para dar credibilidade às suas acusações. Talvez falasse pouco e superficialmente ou até mesmo omitiria o fato de que tal filha nunca teve maiores laços, além do sangüíneo, com Fidel. Falaria como o comportamento poligâmico do líder cubano é contra a moral e os bons costumes e ainda diria isso como se tivesse a ver com sua capacidade de liderar uma democracia. Democracia essa que colocaria em questão, já que nem sua própria filha pôde ficar na ilha. Se não omitisse, glorificaria o fato de Alina participar de uma Máfia que o governo dos EUA mantém, através da CIA, para tentar depor Fidel (essa que matou Che, tentou dar o Golpe na Venezuela e continua intrometendo-se em qualquer país insolente de terceiro mundo que ousa desafiar a supremacia Norte-Americana) e diria que isso sim é democracia!
Claro que tudo com um leve toque de jornalismo...
Quer começar a prever as abordagens das matérias da Rede Globo? Coloque-se no lugar de uma família que tem todo o interesse em proteger as instituições privadas, a concetração de renda, o monopólio da mídia, a desinformação pública, a demonização dos sistemas contrários ao capitalista.
Lembre-se: Nunca diga que em Cuba existem eleições que, ainda que diferentes da nossa, elegem Fidel a cada quatro anos, que apesar de ser TEORICAMENTE um regime totalitário, na prática é o mais democrático da América e que toda a miséria e falta de recursos da Ilha é devido ao embargo econômico que Mr. Bush promove.
Bom... aguardar para ver. Até domingo a noite.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Plano B

Muito me fez rir o Jornal da Globo de ontem (13/12/2007). O telejornal mais conservador e direitista da Rede Globo, em sua manchete principal, nos atentou para como a vida do brasileiro melhoraria logo após a derrubada da CPMF.
Dentre outras demagogias, dizia a matéria que os preços poderiam cair em função da extinsão do imposto. O argumento foi de que as empresas que antes repassavam no preço dos seus produtos, a taxa que lhes era cobrada pela CPMF, agora não mais o fariam, o que diminuíria o preço desses produtos. Sob minha análise, já achei ridículo, uma vez que caso isso acontecesse, as empresas estariam empatando, e não teriam vantagens em relação a queda do imposto. Logo imaginei que as mesmas não perderiam a chance de lucrar mais pelo mesmo preço (óbvio!).
Para confirmar a tese do jornalão, como sempre, chamam um líder de opinião, um economista. Pois bem, quando o professor começou a tentar explicar que os preços poderiam algum dia TALVEZ diminuírem, e o assunto ficou "muito complicado para os Homer Simpson de W.Bonner", o jornalista William Waack o cortou e disse: "O que o Sr. quer dizer é que os preços podem não cair?!", (pasmém editores do jornal!). O professor tentou e tentou reforçar a idéia do jornal, mas obviamente ele não quis fazer o trabalho sujo: Mentir! Ao corte seco do âncora, o economista revelou: "As empresas PODERIAM deixar de repassar a CPMF aos produtos e diminuir os preços, porém não o farão, em se tratando de uma época "quente" para as vendas, não precisando então de maiores estímulos de consumo ao povo". Em outras palavras, o consumidor (da classe média) deixa de pagar CPMF para a saúde e continua a pagar para as grandes corporações.
A direção do Jornal da Globo não deve ter gostado muito dessa conclusão, mas essa é a arte do programa ao vivo!! That's show business! Como não podiam editar, William cortou de novo: "Mudemos de assunto para a política! O governo Lula sofreu a sua maior derrota...".
Plano B, pessoal! Porrada no Lula!!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Agora, vai...

Muito se falou sobre aprovar ou não CPMF e pouco se informou. Na mídia em geral, a abordagem foi de que era uma batalha travada para o povo e contra o governo, que "massacra a população com impostos". A batalha teria como objetivo, nos livrar desse imposto, para que os bancos tirem menos dinheiro de nossas contas. O recurso usado para nos convencer dessa conversa foi jogo baixo (que novidade!).
Pergunte a qualquer pessoa se ela acha que deveria ser abolido qualquer imposto que ela pague... Aposto que o raciocínio simples (e leigo) vai ser esse: Quanto menos me cobrarem, melhor! Sabendo disso, a nossa classe jornalística isentou-se do compromisso social de informar e aproveitou para 'representar' o senso comum, sem dizer nas suas chamadas sequer uma linha sobre como o imposto da CPMF foi criado, para que serviu, serve e serviria (se não fosse reprovada). Tais informações vocês podem verificar aqui.
Ainda com várias informações superficiais, plantou, ou pelo menos tentou plantar, a semente do "Agora, vai..." no povo brasileiro, ou seja, uma falsa prosperidade. Informações essenciais a parte, ressalto a posição de Heróis do Povo em que a oposição (DEM, PSDB) foi colocada pela mídia. Os bravos lutadores contra os impostos. Impostos esses, criados em suas gestões e que muito bem-vindos foram enquanto os serviam. Agora, nas mãos de um governo que destina a verba integralmente à projetos sociais, não serve mais. Trata-se de uma falta de ética tal sabotagem, que coloca o orgulho de não se render à popularidade de um presidente junto ao seu povo acima do bem comum.
Se você acha que seu salário de classe média é o que mantia a CPMF, enganou-se. Os maiores pagadores são Pessoas Jurídicas (Empresas grandes) e em segundo lugar pessoas-físicas, que movimentam quantidades de dinheiro que a maioria da população brasileira (que inclusive nem possui conta em bancos) nunca verá na vida. Esses são os protegidos desse grupo de heróis dos nossos partidos de oposição. Resumindo, uma das únicas ferramentas de distribuição de renda que o governo tinha em mãos, foi tirada para que os grandes concentradores de reda paguem cada vez menos impostos, como já o fazem, lavando dinheiro, sonegando impostos. Isso se já não bastasse o fato de que o imposto sobre produtos caros, como por exemplo pedras preciosas é irrisório.
Idéia: Convoquemos o Capitão Nascimento para entrar com o Caveirão nos bairros nobres e acabar com a marginalidade!! E aí? Provavelmente iriam acusar o Lula de "pirotecnia" e maus tratos aos 'acusados', como no caso da Daslu.
É... Agora, vai!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Pára-Raio

Quantas vezes você já se sentiu humilhado no trabalho? Quantas vezes achou que merecia mais valor como profissional, e como profissional, quantas vezes já esqueceram que você é uma pessoa?
Quando passamos por algo desse tipo, sofremos e logo pensamos que nossos superiores, colegas, clientes, deveriam mais respeito por nossa condição de trabalhadores.
O problema é que as pessoas são egoístas. Todos somos trabalhadores. Sem exceção, utilizamos de nosso esforço para sobrevivermos, mas nem todos lembram-se disso.
As pessoas se esquecem de que o mundo é movido a mão-de-obra e por isso não reparam nos trabalhadores à sua volta. Quem nunca jogou lixo no chão sob o pretexto de que se não houvesse lixo não haveria emprego para os lixeiros? Realmente, não existira espaço para lixeiros, que ao contrário de onde estão hoje, teriam a chance de executarem uma função mais digna e valorizada.
Ao levantarmos da mesa de um restaurante e deixarmos os restos sobre a mesa, devemos pensar a qual trabalho humilhante estamos submetendo os funcionários do lugar, que serão cobrados por seus patrões de fazê-lo. Toda rede de fast-food e praças de alimentação de shoppings-centers disponibilizam de depósitos de lixo, onde podemos depositar nossos restos de alimento, proporcionando um trabalho mais digno aos funcionários. Isso é só um exemplo.
Todos nós temos duras reclamações para fazer à algumas certas grandes corporações, porém, elas estão escondidas através de pára-raios, os peões de seu jogo: os funcionários. Cabe a nós sabermos que as pessoas são condicionadas, economicamente, a aceitarem tal posto e ainda agradecerem, sem nem sequer saberem para que estão lá.
E nós caímos no jogo: Vociferamos e causamos uma tempestade, brigando com trabalhadores, nossos próprios colegas de classe, satisfazendo nossa vontade de causar algum dano, ainda que pequeno, àquela empresa com a qual estamos insatisfeitos, enquanto isso seus mentores estão seguros de que, passada a tempestade e absorvidos os raios, a calmaria retorna... até a próxima tempestade.

Inauguração

Bom dia a todos,

Gostaria de me apresentar, como alguém que tem algo a dizer e que encontra nos blogs seu direito de expressão.
Em meio a tanta notícia manipulada e meias verdades e num mundo tão distante de uma democracia midiática, usamos nosso único reduto de expressão na Internet; os blogs.
Minha prioridade aqui, senão política é idealista. Destruir opiniões formadas e questionar o senso comum, bem como deixar bem claro que a mídia do meu país representa o interesse de poucos, muito poucos e pelo menos a minha que não é.
Sou estudante de Comunicação Social e Design Gráfico.

Aguardando inspiração...